Salve, gente bacana.
O Mestre Carl Gustav Jung, nos brinda com mais uma de suas considerações. Apreciem sem moderação.
"Lamento ter de dizer-te uma
verdade como esta. Sim, tu és ridiculamente melindroso, teimoso, rebelde,
desconfiado, pessimista, covarde, desleal contigo mesmo, venenoso, vingativo:
sobre teu orgulho infantil, tua ambição de poder, teu desejo de dominar, tua
ambição ridícula, sede de glória quase não se pode falar sem sentir-se mal.
Fica mal para ti todo fingimento
e presunção, mas abusas deles a pleno vapor.
Crês que é uma diversão e não
antes um nojo viver contigo? Não, três vezes não! Mas eu prometo esticar-te no
torniquete e tirar-te o couro aos poucos. Eu te darei oportunidade de mudar de
pele.
Tu, exatamente tu, quiseste
cortar o mesmo na casaca de outras pessoas?
Vem cá, vou costurar-te um
remendo na pelo para que sintas como é bom.
Quere queixar-te de que os outros
te fizeram injustiça, não te entenderam, te interpretaram mal, te ofenderam, te
preteriram, não te deram o devido valor, te acusaram injustamente e o que mais?
Vês nisso tua vaidade, tua vaidade eternamente ridícula?
Tu te queixas de que o tormento
ainda não tenha chegado ao fim?
Digo-te que ele mal começou. Não
tens paciência nem seriedade. Só onde se trata de tua diversão, elogias tua
paciência. Prolongarei por isso ao dobro o tormento para que aprendas a ter
paciência.
Achas a dor insuportável, mas
existem coisas que doem mais ainda e podes causa-las a outros com a maior
singeleza e te escusas como sendo desconhecimento.
Mas tu aprenderás a calar. Para
tanto vou arrancar-te a língua com a qual zombaste, blasfemas-te e – pior ainda
– enganaste. Quero especificar todas as tuas palavras injustas e blasfemas e costura-las
a teu corpo para sentires como machucam as palavras más.
Admites que também achas
divertido este tormento? Vou aumentar esta diversão até que vomites de prazer,
para que saibas o que é ter diversão no tormento próprio.
Tu te revoltas contra mim? Vou
apertar mais o torniquete. Vou esmigalhar os teus ossos até que não sobre
resistência neles.
Pois eu vou me virar contigo –
sim, eu preciso – cuida-te, diabo – tu és meu eu com o qual tenho de me arrastar
até a sepultura. Pensas que eu quero carregar em torno de mim esse traste para
o resto de minha vida? Se tu não fosses meu eu, há muito tempo já te teria
feito em pedaços.
Mas estou condenado a arrastar-te
através de um purgatório, para que te tornes algo mais aceitável."
Um fraterno abraço.