Salvem, gente bacana!
Junto à obra do psicanalista Carl Gustav Jung, acha-se um material muito rico em ambiente para raciocínios profundos típicos da área da psicologia, da revolução humana, qual seja: O Livro Vermelho.
No bojo desse livro, destaca-se um trecho em que Jung experienciou um diálogo com seu demônio interior, e o resultado desse diálogo ele deixa escrito e o transcrevemos aqui para um pensamento individual chegar à todos... Liberdade Consciencial!
Com vocês:
“[...] O demônio está convencido de que a dança não é ardor
nem loucura, mas expressão de algo que não pertence nem a um, nem à outra, e
sim à alegria. Nisso concordo com o demônio. Por isso ele se humaniza diante de
meus olhos. Mas eu fico verde como árvore na primavera.
Mas que a alegria seja o demônio, ou o demônio seja a
alegria, isto deve dar-te o que pensar. Eu pensei sobre isso uma semana
inteira, mas temo que não foi o suficiente. Tu negas que tua alegria seja o
demônio. Mas parece que na alegria há sempre algo de demoníaco. Se tua alegria
não é nenhum demônio para ti, tampouco o é para teu próximo, pois a alegria é o
maior desabrochar e reverdejar da vida. Isto te arrasta para a descida, e tu
precisas tatear nova pista, pois a luz se apagou totalmente para ti no fogo da
alegria. Ou tua alegria arrasta teu próximo e o atira para fora dos trilhos,
pois a vida é como um grande fogo que incendeia tudo o que é combustível. Mas o
fogo é o elemento do demônio.
Quando vi que o demônio era a alegria, teria preferido fazer
um pacto com ele. Mas com a alegria não podes fazer pacto nenhum, pois ela some
rapidamente de novo. É por isso também que não podes capturar teu demônio. Faz
parte de sua natureza não ser capturável. Se ele se deixar prender, é bobo, e
tu não terás nenhum ganho em possuir mais um demônio bobo. O demônio procura
sempre serrar o galho em que estás sentado. Isto é útil e previne contra o
adormecer e os vícios e ale ligados.
O demônio é um mau elemento. E a alegria? Que a alegria
também traz em si o mal, tu o vês quando andas atrás dela, pois então chegas ao
prazer, e do prazer diretamente ao inferno, ao teu inferno, especificamente
teu, um inferno que é diferente para cada um. (Toda pessoa atenta conhece seu
inferno, mas não seu demônio. Não existem só demônios alegres, mas também tristes.).”
Carl Gustav Jung
Nenhum comentário:
Postar um comentário