“Quando se abre os olhos e se enxerga claramente, chega-se à conclusões realmente racionais, pois o mundo não é regido por um Absoluto irracional.”
Kyriacos C. Markides
Esse tipo de separação de bom X mau, implantada por gerações dentro de nossa psique nada mais era que uma forma de tentar organizar a população bárbara em civilização ordenada para uma sociedade a qual vise o bem comum, em ordenamentos éticos para condutas morais. Assim surgem na gestão político/social de aglomerados humanos as leis e as crenças e estas nada mais são que ajustes das superstições e dos temores metafísicos em limites e cerceamentos que possam exercer uma pressão invisível e sobrenatural a fim de regrar a brutalidade desenfreada.
O sociólogo Èmile Durkheim estudou profundamente essa situação chegando às designações de ato social e fato social.
Vejamos rapidamente.
Ato Social, ou Ação Social, seria todo comportamento cuja origem depende da reação ou da expectativa de reação de outras partes envolvidas.
O Fato Social é reconhecível pelo poder de coerção externa que exerce ou é suscetível de exercer sobre os indivíduos. A "coerção" dos fatos sociais é tão dissimulada que nos faz crer que é nossa criação aquilo que nos é imposto do exterior. São constituídos por crenças, tendências e práticas grupais, e são distintos de suas repercussões individuais.
Comer em um restaurante é um ato social, todos esperam esse “ato” sem preconceitos, pois um gesto tido como normal; mas se o fizer sem usar de talheres o ato social passa a ser punido pelos olhares de espanto e reprovação dos conviveres, então começa imediatamente a ser um fato social.
Casar é um ato social, é o que se “espera” do casal que namora, mas a cobrança disfarçada de brincadeiras dos amigos e entes queridos para que os namorados se casem e depois que tenha filhos é um fato social que culmina inconscientemente em: casar, ter filhos para ser igual a todos. Ser “igual” socialmente para não ser cobrado, não ser coagido e finalmente não ser punido. Enquadrado.
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